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"O Grande Tambolim"

  • Jones M. Coelho
  • 20 de set. de 2015
  • 8 min de leitura

Numa Era em que o mundo era habitado por seres míticos e místicos, seres humanos, monstros e magia.

Em uma cidade chamada Constantinopla, se erguia uma grande e fabulosa universidade, e nela se formava todos os tipos de gentes em diversos tipos de magia e além desses cursos havia um que era apenas para os mais corajosos. A Arte de Nomear. O nomeador era que cursava a arte de nomear e essa era uma arte de saber os nomes das coisas e ao saber seus nomes, o nomeador podia controla-las.

Nessa universidade, no ano anterior, tinha se formado um garoto prodígio, que se chamava Tambolim, que significa “Aquele que Diz”. E ele por sua genialidade conseguiu se formar em todos os tipos de magia além da arte de nomear.

Depois de formado, ele viajou para uma terra tão longínqua que cidades não se erguiam ali. Esse lugar era o local onde o céu e a terra quase se tocavam. Só não se tocavam porque um “Titã” com nome de Atlas, segurava o céu como um castigo dado pelos deuses.

Neste lugar ficava uma montanha e dentro dela tinha “O Arquivo” com milhares anos de conhecimento. Antigas histórias diziam que dentro do arquivo tinha dez mil vezes dez mil livros. Livros para cinco vidas.

O Jovem Tambolim passou por caminhos difíceis, mas finalmente conseguiu chegar ao arquivo.

Ao cabo de dez anos que Tambolim ficou no arquivo, ele tinha lido todos os livros, pergaminhos e entalhes que havia lá e que se podia aprender. Quando saiu do arquivo, ele sabia todas as línguas existentes no mundo e o nome de todas as coisas e elas o obedeciam.

Ele sabia o nome do fogo, da água, do sol e de todas as rochas. Ele sabia o nome do Vento.

Ao voltar para a sua cidade natal, ele já não era o mesmo que saiu dali a dez anos. Ao chegar ao seu lar, ele o encontrou em um inferno de chamas. Então ele viu algo que não tinha visto, a insígnia do CRUEL que balançava no alto da torre da universidade em chamas.

CRUEL era uma organização secreta nem tão secreta, que massacrava e incendiava cidades inteiras sem deixar nenhum único sobrevivente, numa ordem aleatória.

Tambolim só não enlouqueceu diante daquela cena, porque ele mergulhou bem fundo no “Coração de Pedra”, que é um estado da mente em que uma pessoa se desliga do mundo a sua volta e se concentra em uma única coisa. Acredita-se que a pessoa pode ir ao funeral da mãe sem derramar uma única lágrima. E naquele momento Tambolim se concentrou apenas na esperança de sua família ter escapado, mas ele sabia que isso não tinha acontecido.

Então ele seguiu o caminho até a cidade e chamou o nome do Fogo e disse:

-Aquieta-te.

E o fogo se extinguiu, deixando apenas uma cidade em cinzas.

Então ele começou a andar se rumo entre as ruínas da universidade até que entrou em um salão que ele reconhecera. Era o salão de armas.

Tropeçou em alguma coisa e quando olhou era uma espada. Pegou-a e a desembainhou. Era uma espada perfeita: peso balanceado, feito de metal bem resistentes, leve e imune a corrosão. Foi forjada nas forjas dos Montes Tempestuosos. O material com que ele foi feito podia obedecer ao chamado dos quatro elementos pela boca de um grande nomeador.

Em sua lamina estava inscrito o seu nome: “INSENSATEZ”.

Tambolim prendeu-a em sua cintura e agora já sabia qual caminho tomar.

Passaram-se dois dias desde que ele havia deixado Constantinopla. Ele tinha seguido o rastro do CRUEL até uma pequena cidade chamada Distrito 12, que fazia parte de um ajuntamento de treze distritos e uma capital, mas havia perdido o rastro deles. Tambolim já estava muito cansado por correr dois dias seguidos, então ele andou pelas ruas da cidade até encontrar uma hospedaria com o nome de Hall dos Tributo. Entrou e alugou um quarto.

Antes de dormir ele ficou no salão ouvindo os músicos tocarem até que pela porta passou uma moça com roupa de caça e um arco e flecha nas costas e o rosto todo sangrando. Todos se amontoaram em volta dela fazendo perguntas. Passaram-se dois minutos e a moça caiu inconsciente. Tambolim se aproximou e a examinou, e viu que ela tinha alguns ferimentos no tórax e na cabeça. Ele a pegou no colo e levou-a para um quarto e pediu para o hospedeiro fogo, linha e agulha de sutura. Ele cuidou de seus ferimentos, a enfaixou deixando-a descansar.

Na manhã seguinte Tambolim acordou e foi ao quarto da moça para ver se ela estava bem. Ao chegar no quarto ela estava sentada na cama tentando se levantar, ele se aproximou e disse para ela se deitar se não os ferimentos iriam se abrir. Ela se deitou e ele começou a fazer algumas perguntas.

Ficaram duas horas conversando, e Tambolim sabia que o nome dela era Katniss, o mesmo que a raiz katniss. Ela disse que quem tinha feito aquilo com ela era um grupo de pessoa vestidos de sombras que tinham incendiado e matados todos numa cidade vizinha chamada Distrito 13 e que ela havia escapado por pura sorte nas costas de um cavalo enlouquecido que só parara de correr ali.

Tambolim ficou com a mente a milhão com aquelas informações que quase saiu correndo para ir atrás daquelas pessoas que Katniss tinha falado que ele tinha certeza que era o CRUEL, mas ele se controlou.

Passou o resto do dia com ela e no outro dia ela o convenceu a ir a floresta caçar. De início ele não queria ir, pois a floresta lhe traria lembranças dele e sua irmã brincando na floresta perto de Constantinopla. Mas ele aceitou sabendo que poderia obter mais informações a respeito do ocorrido no Distrito 13.

Quando chegaram na floresta, Katniss o ensinou a usar o arco e flecha, mas ele só fingiu que não sabia. Pois ele havia aprendido a usá-lo pelos livros do arquivo. O sol estava quase se pondo quando eles pararam em um riacho para beber água. Enquanto conversavam Tambolim viu um vulto preto no céu e quando olhou de novo viu uma figura preta voando na direção deles. Quando a figura pousou no chão eles reconheceram o que era. Era um Pégaso negro e em seu pescoço estava uma espécie de colar em forma de raio com o nome BlackJack.

Katniss ficou assustada, mas em contrapartida Tambolim não moveu um músculo se quer, ficou apenas com uma expressão indecifrável. Depois de um certo momento Tambolim se virou para Katniss com um largo sorriso e estendeu sua mão, ela hesitou por um momento mas pegou sua mão e os dois montaram o animal e Blackjack levantou voo levando os dois a um lugar incerto.

Blackjack era muito rápido e em menos de uma hora, eles estavam sobrevoando um emaranhado de montanhas e morros escuros e macabros, Tambolim reconhecera aquele lugar de um dos livros que tinha lido, eram os "Montes Tempestuosos", era um lugar esquecido por Deus, que ninguém se atrevia a se aventurar.

Estavam passando pelo cume de uma montanha quando o céu ficou escuro de repente e começou a chover e cair raio. Num determinado momento um raio passou raspando Blackjack e acordou Katniss - que estava dormindo encostada em Tambolim - num susto que ela perdeu o equilíbrio e caiu. Começando seu caminho de mil metros de altura até o chão. Quando Tambolim viu, ela já estava na metade do caminho. Então ele chamou o nome do vento e disse:

- Suba-te.

E o vento mudou de direção e começou a soprar para cima empurrando Katniss para cima até chegar na altura do pégaso. Tambolim a pegou e colocou-a no lugar.

Passaram-se algumas horas e então Blackjack começou a descer em direção a uma clareira. Quando pousou, Katniss foi a primeira a descer. Logo depois que Tambolim colocou seus pés no chão Blackjack levantou vôo sumindo entre as nuvens. Sua missão estava cumprida.

Ele e Katniss acamparam ali aquela noite, acharam algumas lenhas secas, frutas e caçaram alguns coelhos. Tiveram um jantar farto. Arrumaram um local para dormir e dormiram.

Dormiram cerca de umas cinco horas quando acordaram com um ruído ensurdecedor. Levantaram meio que desorientados, quando olharam em volta viram que em uma montanha acerca de uns cem quilômetros, uma torre se erguia do chão e quando olharam para trás viram colunas de fogo azul se erguendo em intervalos regulares.

Katniss correu para perto da fogueira e pegou seu arco e flecha e já preparou três flechas, Tambolim retirou Insensatez da bainha e ficou em guarda. Ficaram um de costas para o outro. Passaram-se alguns minutos de silêncio, quando uma criatura escura saiu da floresta. Era uma criatura com escamas escuras feito ferro, uma mandíbula larga e bufava fogo. Era um Dragão.

Em questão de segundos eles estavam cercados por cinco dragões. Katniss agiu primeiro, disparando três flechas em direções diferentes numa velocidade exorbitante. Mas nenhuma nem sequer arranhou. Tambolim agiu correndo em direção das bestas movimentando a espada num movimento mortal, mas quando entrou em contato com as escamas apenas as arranharam.

Eles voltaram a posição de defesa inicial. Eles notaram que ataques normais não funcionariam então eles bolaram um plano às pressas.

Katniss preparou uma flecha e quando a disparou Tambolim chamou o nome do vento e disse:

- Guia-la

Então o vento aumentou a velocidade e foi na direção da flecha, aumentando a sua potencia, e no momento exato em que um dos dragões abriu a boca a flecha entrou e atravessou o animal, matando-o.

Os outros quatro dragões atacaram ao mesmo tempo com chamas. Eles não tinham chance dessa vez. Então como num reflexo Tambolim chamou o nome do fogo e disse:

- Extingue-te.

E o fogo azul se extinguiu. Mas mesmo assim os dragões continuaram a atacar, dessa vez não tinha tempo. Nos últimos segundos Katniss gritou para que ele fizesse eles subirem, então Tambolim ordenou para que a terra sob seus pés subisse e a terra subiu um pilar deixando os dragões lá embaixo.

Eles não tinham ideia de o que fazer. Então Tambolim avistou um lago a uma distância razoável e teve a uma ideia. Chamou o nome da agua e disse:

- Venha a mim.

E a água veio até eles, então ele disse para a espada se tornar dura como rocha e a jogou na direção da água. Quando a espada se chocou com a água, a água se dividiu em quatro pilares de água afiados e duros e caíram em direção aos dragões. Depois da colisão a única coisa que sobrara era Insensatez fincada no chão e várias escamas.

Katniss e Tambolim pularam e ele pegou a espada e ela suas flechas e descansaram um pouco.

Quando o tempo deu uma refrescada eles se puseram a caminho em direção a grande torre. Eles percorreram um bom caminho antes de escurecer. Enquanto Katniss preparava a fogueira, Tambolim levantava um campo de força que tinha prendido na universidade. Jantaram e foram dormir, dividindo turnos de vigia.

Quando o sol mostrou seus primeiros sinais, eles já estavam a caminho. Depois do meio dia, eles subiram um morro e quando chegaram no cume, avistaram um pequeno vilarejo. Ambos estranharam a ideia de haver algum tipo de civilização naquele fim de mundo, mas deram de ombros e foram até o vilarejo.

O vilarejo era do tamanho de uma pequena cidade, com casas de madeiras, algumas lojas e hospedarias. Eles pararam em uma hospedaria e decidiram passar a noite ali. Alugaram um quarto e foram descansar.

No meio da noite Katniss acordou com gritos e fumaça. Quando olhou, o quarto deles estava em chamas. Ela pulou de sua cama e chamou Tambolim, num pulo ele já estava preparado para correr. Quebraram a janela e pularam. Quando olharam para a rua, ela estava cheia de corpos mutilados e queimados. Eles se entreolharam e sem dizer uma palavra começaram a correr em direção a entrada da cidade. Ambos sabiam quem tinha feito aquilo. O CRUEL estava ali.

Quando chegaram na entrada da cidade, encontraram sete figuras vestidas exatamente como Katniss havia relatado. Vestidas de sombras. As figuras reparam na presença deles e um deles disse:

- Ora ora, temos dois pombinhos tentando escapar?

Katniss e Tambolim sentiram um frio percorrer suas colunas e descer até os pés, diante daquela voz. Tambolim ao ficar olhando para o CRUEL sentiu uma raiva crescendo dentro de si e já deu um impulso para atacar. Mas antes que saísse do lugar os membros do CRUEL se dissiparam em sombras e os envolveram numa espécie de escuridão material, levando os dois ao tranquilo mundo da inconsciência.


 
 
 

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