Era para ser um grande dia
- Bruna Forato
- 7 de set. de 2016
- 3 min de leitura

Era um grande dia, realizaria meu sonho de viajar de avião pela primeira vez, estava ansiosa mas ao mesmo tempo muito nervosa, pois todos à quem eu perguntei, falaram que da muito medo no início. Mas eu iria para Londres, então não estava tão nervosa assim, até mesmo porque eu conheceria a cidade dos meus sonhos em algumas horas. Ainda tinha umas coisas para resolver antes da hora de embarque, então fui para o aeroporto com a minha família, para ter certeza que não perderíamos a hora. Chegando lá, passamos por todas aquelas burocracias, e como ainda tínhamos duas horas antes do embarque, fomos comer alguma coisa em um restaurante que servia comida mexicana, eu nunca havia comido aquilo antes, estava curiosa para provar. Como nunca havíamos provado nada do que estava naquele cardápio, resolvemos pedir a sugestão do chef. Aquela comida estava uma delícia, mas algo estava estranho, resolvi não comentar com ninguém para não estragar o almoço. Depois de comermos fomos passear um pouco pelas lojas do próprio aeroporto, e eu ainda não me sentia nada bem. Até que uma hora eu não aguentei mais segurar aquele enorme mal estar e acabei vomitando ali mesmo, no meio de uma loja de roupas, todos ficaram olhando como se nunca tivessem passado mal. Minha família ficou desesperada, e para piorar eu comecei a me sentir inchada e sem ar, minha garganta estava quase totalmente fechada, então naquele mesmo minuto, uma mulher falou no alto falante do aeroporto que o vôo para Londres estava aberto, então, como eu não conseguiria entrar naquele avião daquele jeito, mandei a minha família ir sem mim e que eu pegaria o próximo vôo, eles relutaram, nao queriam me deixar sozinha naquele estado, mas no fim eles aceitaram e se foram. Além daquele mal estar, e de não conseguir nem respirar direito, senti uma sensação horrível vendo meus pais, minha irmã e meus tios caminhando para longe de mim. Então, quando não conseguia mas ver eles, resolvi ligar logo para a emergência antes que minha garganta se fechasse totalmente. Cheguei no hospital, e o médico me disse que era intoxicação alimentar, com certeza fora aquela comida mexicana, tomei vários remédios na veia e tive que ficar em observação durante um dia. Achei estranho não ter tido notícias da minha família, não sabia se eles tinham chegado ou se ainda estavam no avião, estava com uma sensação horrível, mas não podia me estressar, então tentei dormir um pouco. Acordei com o médico me chamando e me dando alta, levantei da cama, me sentindo muito melhor e fui direto para o aeroporto pegar o próximo vôo e encontrar a minha família em Londres. Chegando lá, aquilo estava uma confusão completa, todos os vôos haviam sido cancelados, e haviam policiais para todo lado. Então fui ver o que estava acontecendo, perguntei para uma policial que estava chorando, e ela me disse que um avião havia caído no mar, fiquei chocada pois ela não sabia me dizer qual vôo era, então a primeira coisa que fiz foi ligar para minha família, nenhum deles atendeu, mas tentei não entrar em pânico, pois em Londres as coisas são diferentes, poderia não haver sinal lá. Depois de duas horas buscando informação sobre qual era o avião que havia caído, começou a passar uma notícia no jornal no telão do aeroporto e todos ficaram quietos para ouvir o que o jornalista falava. Ele falou o que eu mais temia, o avião que caiu, era o que estavam as pessoas mais preciosas na minha vida, minha família. E aquele dia que era para ser o melhor, acabou sendo o pior da minha vida.
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