A CIDADE EM QUE TUDO MUDOU
- Amanda Lisboa
- 17 de set. de 2016
- 7 min de leitura

Mudança como eu te odeio! Nunca gostei de mudanças mas minha mãe insiste se mudar de novo, essa é a quinta vez no ano em que nos mudamos. Já moramos em Londres, Brasil, Austrália, Miami e agora estamos nos mudando para o outro lado do mundo Coréia. Café da Manhã:
- Sério mãe Coréia, não tinha outro lugar não?
- Não, não tinha, e você sabe estou indo a negócios.
- Como sempre! Quanto tempo vamos ficar lá?
- Olha como fala comigo mocinha! Bom já não sei exatamente no máximo dois anos.
Minha mãe trabalha em uma empresa multinacional, então quase todo ano mudamos de país por seus “negócios”. Aqui em casa somo só nos duas, meu pai se separou dela quando eu tinha 2 anos de idade, quase nem lembro muitas coisas dele, ele nunca me procurou e eu tentei procura-lo mas ele não queria saber de mim.
Estou indo pegar o avião para irmos para nova cidade, confesso que não quero me mudar, não quero deixar minhas amizades que tenho aqui, minha mãe fica me dizendo que irei fazer amigos lá e que vai ser bom para mim conhecer outras culturas, bom eu sou uma pessoa que não faz amizade muito rápido e que não conversa muito com as pessoas. Estou vendo que vai ser “muito” ótima essa mudança.
No avião:
- Ah eu estou morrendo aqui! Por que tenho que ir para o outro lado da terraaa.
- Menina para de resmunga.
- Falta muito?
- Faltam duas horas, por que não dorme um pouco?
- Meu Deus duas horas, eu vou morrer.
Depois de passar cinco horas dentro daquele avião chegamos a CORÉIA, que lugar frio meu Deus, prefiro o sol de Miami ah como era bom todos os dias depois da aula eu ia para aquela maravilha de praia.
Assim que chegamos teve que ir a escola com a minha mãe para fazer minha transferência. Quando chegamos na escola, vi que era muito grande, tinha um jardim em sua entrada com umas arvores e flores muito lindas, logo depois do jardim tinha duas quadras e do outo lado as salas de aula. Minha mãe tinha me deixado perambulando pela escola enquanto ela fazia minha transferência. Tudo era tão lindo, resolvo ir ao jardim como minha mãe ainda não havia aparecido pego meu celular e fico ouvindo musica, para me distrair. Logo percebo que alguém estava me observando, não conseguia ver a pessoa pois estava escondido atrás das flores.
- Ei, quem esta ai? – Digo não obtendo resposta.
Tento mais uma vez mas minha mãe aparece me chamando para irmos embora.
Eu iria começar as aulas amanhã, minha mãe estava animada por eu começa amanhã mas eu não estava, não queria nem voltar a estudar já que no final do ano vou me mudar de novo.
Acordei cedo me arrumei para ir a escola, desci tomei meu café e fui para o ponto de ônibus, ao chegar no ponto vi que algumas garotas que estavam indo para mesma escola, mas nem liguei. Quando chego naquela linda escola sou recebida pelo professor de matemática que líder da minha classe, ele me leva até a sala de aula aonde todos conversavam, mas só foi eu entrar que todos voltaram seus olhares para mim.
- Bom pessoal essa é a nova aluna Anne, ela veio da Austrália então tratem –a bem ok?
- OK. –Todos da sala gritam
- Anne você pode sentar ali.
Ele aponta para uma carteira ao lado de um garoto que estava dormindo. Vou para o meu lugar e a aula começa, hoje teríamos três aulas então voltaria mais cedo para casa e poderia assistir meus filmes que faz tempo que não assisto eles. Já o garoto que dormia estava me encarando, achei estranho mas nem liguei e voltei a prestar atenção na aula.
Chego em casa e vejo que minha mãe ainda não tinha chegado, resolvo fazer uma pipoca para acompanhar o filme, quando começo assistir o filme minha mãe chega.
- Anne vem me ajudar a fazer a janta! –Grita levando algumas sacolas em suas mãos.
- Mãe não quero jantar hoje, vamos pedir pizza vai?
- Não, por que hoje iremos ter visita em casa.
- Visita?
- Sim, agora para de me olhar assim e vem me ajudar anda.
Como uma boa filha tive que ajudar, minha mãe estava tão feliz, era raro ver um sorriso estampado em teu rosto, ela estava sempre ocupada sempre séria. O que será que aconteceu?
A visita havia chegado eu estava no meu quarto me arrumando para esse jantar, coloco um vestido florido e um tênis branco e desço para a sala de jantar. Estava descendo quando me deparo com o garoto que ficou me encarando na escola hoje.
- O que você está fazendo aqui? –Pergunta o garoto me encarando com seus olhos azuis.
- Eu moro aqui.
- Ah não sabia, me desculpa.
- Não foi nada, você não sabia.
Estamos todos jantando e Lucas o garoto que dormia na aula hoje, não para de falar, até que ele é legal, e bonitinho, mas o que me dá medo é quando ele fica me encarando.
Já faz três meses que estamos morando aqui, a escola continua a mesma com as aulas mais divertidas ainda. No final das contas acabei fazendo uma nova amizade, depois daquele jantar em casa Lucas não desgruda do meu pé, até que ele é legal um bom amigo.
Minha semana estava ótima até minha mãe me dizer que meu pai está aqui e quer me ver. Não tenho ódio dele, mas só resolveu vim me ver agora! Bom quando morávamos em Londres eu ia onde ele trabalhava para procura-lo mas ele sempre impedia minha entrada até que eu desisti e resolvi viver a minha vida sem ele.
- Mãe eu quero ir ver meu pai!
- Eu não posso deixar, me desculpa filha.
- Por que não, ele é meu pai eu quero vê-lo, não me importa o que aconteceu eu quero vê-lo!
- Não, você não irá vê-lo e ponto final.
- Por qual razão eu não posso, me diga logo por que não! –Grito vendo em seus olhos o medo.
- Por que eu não quero Anne.
- Se você não me disser a razão, vou sem a sua permissão.
Minha mãe senta no sofá com lagrimas no rosto, não conseguia entender então vou até ela deitando minha cabeça em seu colo.
- Por que ele é de uma gang, eu não sabia só soube quando ele começou a mudar seu comportamento, até que um dia ele me disse toda a verdade, eu tinha medo de pedir o divórcio e ele fazer algo comigo e com você filha.
Fico calada ao ouvir o que minha mãe acaba de dizer.
- Eu estava gravida de você, e como eu trabalhava muito ele achou que eu havia o traído, mas eu nunca o trai, então eu tive você mas ele não te aceitava como filha, teve uma vez em que ele te maltratou, quando descobri que ele havia feito isso não pensei duas vezes e pedi o divorcio. Por favor filha não vá!
- Ok eu não vou.
Eu não posso perde a oportunidade de revê-lo, eu preciso vê-lo.
Mas se ele fizer algo comigo! As duvidas rolavam pela minha cabeça.
Pego meu celular e ligo para Lucas me ajudar a ver meu pai, ele aceita a me ajudar amanhã depois da aula. Não vejo a hora de conhece-lo, para mim não importa se ele é de máfia ou gang sei lá mas quero conhecer meu pai.
Acordo me arrumo para ir a escola e digo a minha mãe que sairia com o Lucas depois da escola. Meu pai disse que se eu fosse vê-lo eu deveria ir a um parque que fica próximo a minha escola e lá ele me encontraria.
- Obrigado Lucas por me ajudar a ver meu pai.
- De nada Anne, é esse parque aqui?
- É sim, você pode vir comigo?
- Claro que posso
Fomos até o ponto em que marquei de encontra meu pai, ao chegar vejo um homem com uma jaqueta preta e calça jeans.
- Lucas será que é ele?
- Deve ser Anne, vai lá eu vou ficar aqui qualquer coisa é só me chamar.
- Tá bom, eu já volto.
Fui até o homem de jaqueta preta, encostei a mão no seu ombro fazendo o mesmo virar de frente para mim.
- Pai?
- Oi minha filha
Ele me abraçou, conversamos por um tempo ele havia perguntado sobre minha mãe, sobre meus estudo e até qual faculdade eu quero fazer, estava tudo ocorrendo bem até que ele começou a agir meio estranho, começou a dizer que eu era a culpada de ele e minha mãe terem se separado, olho para os lados e não encontro Lucas onde está aquele garoto.
- Olha para mim garota, eu estou falando com você –Diz puxando meu braço
- Minha mãe estava certa você é louco, eu não devia ter vindo aqui perde meu tempo com isso.
Me lavando do banco indo embora mas ele me segura pelo braço me impedindo, procuro o Lucas mas aquele menino havia desaparecido. Tento me soltar mas ele era forte de mais, me viro ficando em sua frente mas sou surpreendida por uma faca em sua mão.
Grito mas ninguém aparecia, tento correr mas não conseguindo escapar de suas mãos, logo sinto algo em meu estomago olho para baixo e vejo o sangue manchando minha camisa, perco minhas forças e caio no chão minha visão fica escura e só sinto a dor na minha barriga.
Lucas chega e vê Anne caída toda ensanguentada no chão, ele procura pelo pai dela mas ele não o acha, ele liga para mãe dela desesperado.
- Anne me perdoa –Diz com a garota em seus braços
Ele chorava, estava se sentindo culpado pelo que havia acontecido. Mãe de Anne chega ao local, ela vê sua única filha desacordada estava incrédula com o que havia acontecido.
- Ela veio ver o pai né
- Sim –Diz com a voz fraca
- Você chamou a ambulância
- Sim eles já estão a caminho
Mãe de Anne cai ao lado de Lucas chorando, ela pega sua filha colocando-a em seus braços, a ambulância chega levando rapidamente Anne para o hospital, ao chegar no hospital os médicos fazem de tudo para salva-la mas não conseguem pois ela havia perdido muito sangue.
Lucas se senti culpado pela morte de Anne, ele queria deixa-la a sós com seu pai não queria atrapalhar o momento dos dois, ele se arrepende de não ter ficado e encarando a bela moça que ele encarou no primeiro dia de aula.
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