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Ônibus bate e deixa 10 feridos após briga de motorista e passageiro 15/10/2015 Folha Cotidiano‏

  • Jones M. Coelho
  • 19 de out. de 2015
  • 3 min de leitura

Hoje acordei cedo, como faço todo santo dia, e vou para o trabalho. Trabalho como analista financeiro em uma empresa na Av. Paulista. Meu caminho até o trabalho é feito a partir de busão e trem. Está certo que tenho carro mas tem que ter muita coragem para enfrentar um trânsito tão grande quanto é o engarrafamento a caminho do trampo, por isso eu vou e volto de transporte público.

Hoje fique o dia todo à toa pois o mercado financeiro deu uma estabilizada, não me pergunte como, mas só sei que hoje não foi um dia cansativo que eu estou acostumado, acostumado a correria do mercado. Gostei disso.

As cinco da tarde já estou entediado de ficar parado, mas para a minha sorte o gongo soa anunciando o fim do expediente. Saio do local de trabalho e vou até um Cybercafé que fica a apenas cinco quadras de onde eu trabalho. Lá eu sempre peço um expresso duplo e vou ver as principais notícias do dia. Quando o relógio marca quinze para as seis, me levanto, pago a conta e vou para a estação de trem. Pego o trem e desço quatro estações depois e vou para o ponto de ônibus.

Enquanto estou no ponto já fico imaginando como o ônibus vai ficar lotado e fico torcendo para que possa ter pelo menos um único lugar vazio, mas sei que essa possibilidade não existe. Quando o busão chega, eu e mais um zilhão de pessoa entram. Eu sempre sou o último a entrar pois fico menos preocupado em ficar esbarrando nos outros enquanto tento ir para o fundo.

Depois que o ônibus já está andando eu me recosto perto da porta dianteira e me recosto nela. Depois de cerca de meia hora o ônibus para em um ponto e uma pessoa desce e outras cinco entram. No meio destas cinco vejo um homem alto e com corpo de fisiculturista e com uma cara feia. Depois de cerca de um minuto o marmanjo começa a resmungar de como o ônibus está cheio. Nesse momento já percebo que ele vai ser problema. O ônibus anda alguns quilômetros, então o motorista vê alguém dar sinal e reduz a velocidade. Nesse exato momento o grandalhão já começa a agitar dizendo para o motorista não parar, pois o ônibus está lotado, mas o motorista retruca dizendo que essa é a obrigação dele, mas o gigante ergue a voz e ameaça o profissional e nesse momento que eu me encho de coragem e vou falar para o grandalhão parar, mas quando tento falar com ele, ele me dá um soco e eu vejo estrelinhas na hora, mas ante de cair no chão vejo o grandalhão empurrar a perna do motorista no acelerador e então o motorista por reflexo, eu acho, já vira um soco de direita e o acerta na têmpora e é nesse momento que tudo parece acontecer em câmera lenta. O Motorista perde o controle do busão e sobe na calçada e bate em um poste. As pessoas do ônibus são jogadas para frente como uma avalanche e tudo fica preto.

Ouço um ruído longínquo, então tento me levanta, e consigo. Isso me enche de surpresa por não ter quebrado nada, eu acho. Quando a polícia chega todos damos nosso depoimento sobre o ocorrido e quando os policiais procuram o grandão eles não o acham. O safado fugiu.

Volto para casa feliz, apesar de ter acabado de sofrer um acidente, pois eu fiz uma coisa que nunca tinha feito na vida. Protegi uma pessoa.


 
 
 

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