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Água requerida

  • Jones M. Coelho
  • 20 de nov. de 2015
  • 2 min de leitura

Ora, seu Severino era um homem de bem com a vida e com todos do pequeno povoado perto da grande fazenda do seu João. Seu Severino era homem respeitado por todos, tinha corpo troncudo, bigode ao estilo nordestino e era um pouco corpulento. Seu Severino era homem bom, mas não tolo homem, ele sabia como resolver as coisas.

Como na maioria das pequenas cidades e povoados do Nordeste, o povoado de Poço Seco passava necessidades de água. E sempre que a seca vinha a fome vinha também, mas como o dono da fazenda perto do povoado, seu João, era homem que gostava de ajudar, sempre nas épocas difíceis ajudava o povoado, mas como nada dura para sempre, seu João veio a bater as botas.

O seu filho mais velho, menino brabo e não tinha piedade para com os necessitados, não mais ajudou as pobres pessoas do povoado nesses anos. Seu Severino, sempre preocupado com seus compadres e amigos, saiu em busca de uma fonte de água. No dia de sua partida em busca da água que era requerida, todos do povoado lhe desejaram boa sorte em sua jornada.

Seu Severino colocou a pistola no cinto, arriou o pangaré e se pôs sertão adentro.

O pangaré trotou durante o dia todo e quando a noite estava para cair eles pararam e seu Severino se jogou na cama não, ele se pôs a matutar sobre o que faria no dia seguinte. Quando o sol raiou, Severino já estava cavalgando. Lá para o meio do dia, no sopé de uma montanha ele avistou uma pequena taverna. Quando chegou lá, entrou pela porta da frente e avistou um velho sentado no canto do bar e disse:

- Tarde!

- Tarde! Mas quê diabos ocê ta fazendo pra essas bandas moço?

- Veio eu de longe daqui em busca de água pra meus amigos e familiares do povoado de Poço Seco. O senhor sabe onde posso eu encontrar tal coisa?

O velho se levantou da cadeira e foi até o balcão do bar e pegou um copo de água e entregou ao viajante diz:

- A mais ou menos umas mil milhas daqui tem um riozão, talvez tu tenha sorte.

Após ouvir essa bela noticia, seu Severino se despediu e pôs-se a cavalgar, mas desta vez com um sorriso no rosto.

Quando chegou ao local dito, ele se deparou com uma visão de cortar o coração: O rio tinha secado. Ele pôs-se a chorar não, ele pegou o cavalo e seguiu o curso do rio já extinto.

Ele passou a noite na margem do rio que não estava mais ali e no dia seguinte ele retomou a caminhada. Ao passar das horas e dos quilômetros, seu Severino percebendo foi que o chão estava começando a ficar macio, mas permitiu-se não a esperança.

Ao passar do tempo ele subiu em um morro e ao chegar no cume ele viu uma linha azul no horizonte. Aí sim ele se permitiu a esperança. Ele correu que nem criança mais feliz do mundo. Durante o caminho até a água o chão foi ficando mais macio, mas ele não se importou com isso.

Quando chegou na água se jogou todo nela e foi beber um pouco, quando colocou a água na boca, cuspiu na mesma hora. Era salgada.


 
 
 

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