A Escrava
- Pedro Forato
- 27 de nov. de 2015
- 2 min de leitura

Em 1890 em um sertão desconhecido, nascia mais uma escrava.
Família de escravos, esquecidos pelo mundo. Nascia mais uma com o futuro pronto a ser escrava, pois eles não tinham escolhas ou oportunidades, só obedecer quem os matava aos poucos.
Com a vida difícil no sertão, vivendo com os país e irmãos, dormia com fome, frio, e a sede que devastava o sertão há cada segundo.
Pai e mãe escravo, de um coronel sem coração. Sofriam como animais. Trabalhavam ao sol quente que os queimavam no sertão.
Nunca teve conselhos dos pais pois viviam, no trabalho, sem tempo pra ela. Escrava solitária. Na escola, era a mais esperta da sala, destacava-se entre todos.
Estudava muito, pois via seus pais sofrendo, buscava um futuro melhor para ela e claro para país.
Mesmo sendo boa aluna, sofria preconceito, por ter pele escura e ser escrava.
Mas, isso nunca a desanimou só a fortalecia, pois ela sabia que a busca a levaria a consegui. Sabia que não importava a luta ela sempre ia correr atrás.
Aos 17 anos em sua formatura, recebeu a notícia que seu pai que tanto amava havia morrido, soldados que com o preconceito o mataram.
Com a notícia desistiu de tudo, não queria mais saber de nada, a mãe com depressão em seus últimos dias de vida, decidiu ir trabalhar. Virou empregada do coronel e sofreu como seus pais, era violentada os dias, tinha perdido a sua virgindade e sua pureza. Sofreu com os abusos do coronel durante 2 anos, e se reclamasse ele a mataria.
Quando ia completar 20 anos veio a segunda noticia.
A mãe não havia aguentado e morreu, com a notícia ela desabou, via que no sertão quem ganhava era quem tinha poder.
Percebeu que para os escravos só tem um caminho: nascer, servir, sofrer e morrer.
Ao lado do Caixão da mãe, aos prantos em suas sofridas mãos, calejadas do trabalho e abusos, sem conhecer um novo caminho, a estudiosa escrava pôs fim a sua vida. Suicídio? Não, quem a matou foi a escravidão.
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