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Galáxia

  • Jayne Nascimento
  • 17 de mar. de 2016
  • 3 min de leitura

Essa é a história de um casal que devia tudo o que tinham

Só não deviam o coração, porque a paixão não se compra.

E pensava nisso enquanto Gabriela colhia frutos

Amava tanto seu marido

Apoiar-lhe ela ia.

Há três anos atrás Jorge era viciado em jogos

Prometeu a sua casa, seu gado e sua família.

Quando perdeu o jogo, viu o erro cometido,

Juntou aquilo que dava e fugiu com sua vida

Alojou-se numa floresta, perto de um lago

Sua mulher estava grávida e logo a criança nasceria

E esse dia chegou. Gabriela deu luz.

A luz à um menino lindo

Vou chamar-lhe de Arthur

Como rei tratava o filho, mas, pois só durante um tempo,

Os jogadores o acharam

Vieram cobrar o que Jorge os havia prometido.

A mãe não queria morrer, então correu com o seu filho.

O deixou num ninho abandonado de águia e logo fugiu dali

Um bando de panteras negras como a noite por ali andavam

Sentiram o cheiro de carne, sangue e lágrimas tristes

Era uma linda criança inocente

As panteras lamberam os lábios

Carne fresca elas tinham

Mas a pantera líder não deixou que ninguém se aproximasse

Pegou Arthur na boca e o criou como seu filho

Seu filho amado

Porque o amor não se compra, se adota.

Nutre dentro do peito um amor maior ainda

Porque somos feitos pra cair

Mas somos feitos para amar

Era difícil no começo manter Arthur longe dos dentes famintos dos outros animais

Mas logo o menino cresceu, se adaptou e mudou

Agia como um deles

Rugia como uma pantera

Mas a história não termina

Todo o caos ainda o espera.

Um grupo de pesquisadores aparecem com suas tendas,

Querem estudar as panteras, gorilas e tigres.

Mas descobrem um adolescente que age como animal

Vão tirar o menino dali e dar a ele uma boa vida, assim que eles pensam

Ele é alvo de estudo, opta uma.

Ele vai dar dinheiro!, berra outro.

Um homem pantera, onde já se viu?, outro questiona

Depois de muita discussão decidiram para a cidade o garoto levar.

Saem de suas tendas e correm para selva.

Levam consigo armas, precisam se defender do perigo que os ronda

Mas devem se proteger do amor

Do amor que as panteras sentiam

Não podiam brincar de tirar uma pessoa de outra.

Isso era errado e feria.

Os pesquisadores se aproximam do garoto que sozinho bebe água

Mas o garoto não entende

Que espécie de animal falava daquele jeito?

Então os homens pensam em levar Arthur forçado

E até fazem isso segurando nos seus braços

Mas o menino é mais rápido, morde um deles e corre para sua casa.

Quando chega à caverna onde as panteras viviam

Os pesquisadores o encontram e decidem dopá-lo para leva-lo

Mas a jornada até a caverna é longa

As panteras se aproximam, rugindo e uivando

O encontro de espécies aqui é relatado,

Os grupos se chocam e se ferem sem cuidado

As panteras mordem os homens, que gritam em desespero,

Os homens ferem as panteras que miam dando adeus

Assim que se sucede os homens vence a batalha

As panteras se espreguiçam mortas deitadas lado a lado

Muito sangue pinga e escorre, mas só dois homens morreram

Então agora eles conseguem levar o menino sem medo

Arthur grita e se debate, tentando sair do lugar

Mas está preso no calabouço do Navio Auto Lar

Estão voltando pra cidade

Estudarão o menino

Chegando à cidade o acesso ao menino aos pesquisadores é negado

Para um orfanato Arthur é levado

Por meses é difícil manter o adolescente alinhado

Ele morde e arranha quem chega do seu lado

Não pronuncia uma palavra do idioma falado

Pobre garoto inocente

Pobre garoto mal adaptado

Numa noite fria, Arthur foge pela janela.

Anda como pantera pelas ruas e as pessoas gritam, correndo com medo

Isso chama atenção da polícia que reconhece o menino

Arthur havia saído em tudo

Jornal, revistas e noticiário.

Para o orfanato Arthur é devolvido

Seu plano de fuga não dera certo

Era ele um menino arrependido

E agora era o seu fim.

Tudo havia mudado

O tratavam como bicho

Andava de coleira e vivia amarrado.

Era isso que o destino havia lhe reservado?

E se cada molécula do seu coração fosse uma estrela?

O quão imenso e brilhante você seria?

Arthur era uma galáxia inteira

E havia ido morar no céu.

Seu coração não suportara o carma de seu mausoléu.

Arthur era uma galáxia.

Morrera como um guerreiro.

Sua alma pertencia à vida.

Ele possuía outra família.

Fora brincar lá no céu, com as panteras.


 
 
 

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