Rosas vermelhas
- Carina Lobo
- 20 de mar. de 2016
- 2 min de leitura

Eu estava andando por uma enorme rua bastante
movimentada, correndo pra ser exato.
Quando avistei um senhor
Deitado no chão
com o que era pra ser um colchão
era um fino pedaço de papelão.
Olhando pra ele tive a impressão que estava com fome
mas deixei por isso mesmo continuei meu percurso.
No dia seguinte vi o senhor chorando quando cheguei perto,
ele se assustou e se arrastou
pro lado me olhando por baixo.
Sentei perto dele e perguntei o que estava acontecendo.
Ele sem se movimentar muito me mostrou um corte na mão
Rasguei um pedaço da minha camiseta e amarrei em sua mão,
ele sem falar nada se deitou e após alguns minutos dormiu.
Os dias foram passando e cada vez mais fui ficando amigo dele.
No dia do meu aniversário fui onde ele ficava
chegando lá não o encontrei
a unica coisa em que vi foi o papelão
e o um casaco velho e todo sujo,
desesperado saí perguntando pras pessoas
que passavam na rua se o viram.
Já sem esperança perguntei para um homem
que passava se o viu
olhou pra mim e disse:
- Sim, na hora que eu passei aqui pela primeira vez
ele estava sendo socorrido por uma ambulância.
Antes do homem terminar de falar
sai correndo em direção ao hospital mais antigo da cidade.
Na hora que fui entrar um enorme guarda me barrou
tentando me levar pra fora
quando ele se distraiu
passei por baixo de suas pernas
e entrei na primeira sala que avistei,
quando o achei me arrependi de ter ido ate lá.
Cheguei perto dele e peguei em sua mão Ele olhou pra mim e fechou os olhos
uma gota de lagrima escorreu pelo seu rosto cheio de tubos,
a máquina que estava ligada a ele fez um barulho contínuo
Quando percebi entrou um colosso
de médicos me jogaram pra fora da sala e fecharam a porta.
Após quase uma hora saíram de lá
suados e com a aparência de decepção.
Chegaram perto de um povo que estava ao meu lado e disseram:
- Sinto muito, mas fizemos o que podíamos.
As mulheres abraçaram seus maridos e começaram a chorar.
No dia seguinte foi o enterro
resolvi não ir,
mas todo ano vou ao seu túmulo levar rosas vermelhas
pra ele não se esquecer de mim.
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