Concentrem-se
- Jhenifer Panta
- 19 de jun. de 2016
- 3 min de leitura

Demorei para encontrar as palavras certas, e reorganizar meus pensamentos para contar essa história.
Em 2013 conheci um menino muito legal, bonito (ele nem era tão bonito, eu que já estava um pouco gamada nele), inteligente, simpático, engraçado.
Um dia faltei no curso só para me encontrar com ele, foi muito bom passar o dia inteiro juntos, assistimos filme, conversamos, fomos na sorveteria e por fim ficamos.
Nossa, quando me deitei para tentar dormir, não parava de pensar no dia que passamos, ele não saia da minha cabeça, foi impossível de dormi aquela noite.
Foi tudo muito mágico e espetacular, entende?
A cada dia que passava ele me surpreendia, eu já estava me apaixonando.
Eu não queria que ele soubesse que eu estava loucamente apaixonada por ele, me acharia boba, que poderia fazer tudo comigo só porque eu gostava dele.
Ele tinha aquele mistério nos olhos que ninguém conseguia desvendar, e eu adorava isso.
Depois de seis meses ficando tivemos nossa primeira vez. Foi bom, mas também foi estranho, não sei explicar o que senti, mas foi estranho.
Ai eu idiota, trouxona, se achando a esperta, para ele não achar que só porque perdi com ele estaria apaixonada, propus uma coisa, ele poderia ficar com quem quisesse eu também (uma das piores coisas que já fiz).
Foi passando o tempo e eu fui gostando cada vez mais dele, não suportava mais nem imaginar ele ficando com outra garota, se eu via ele só abraçado com outra tinha vontade de sair dando tiro em tudo e em todos.
Até que um dia cheguei na casa dele:
- Oi
- Oi
- Tudo bem?
- Tudo e você?
- Estou bem, queria te contar uma coisa, mas, por favor, não me leve a mal, não fala nada, só me escuta, eu te amo. Não aguento mais te ver com outra pessoa, não suporto imaginar você sendo feliz com outra.
Ele não falou nada, só ficou olhando para a minha cara de taxo, e depois mudou de assunto.
Eu já estava inconformada, já estávamos juntos a um ano e meio e ele nem sequer falava em namorar. Mas mesmo assim não paramos de ficar.
Eu me iludia com suas palavras bonitas quando queria alguma coisa ou então quando acabava uma transa, ele ficava falando o quanto eu era dele, só dele.
Às vezes eu só queria saber qual seu primeiro pensamento quando ouve meu nome.
Comecei a achar que o motivo dele não querer namorar comigo, era que eu não era boa o suficiente para ele, que tinha alguma coisa de errado comigo.
Eu comecei a me colocar em segundo lugar, em todo lugar que eu ia, eu queria estar com ele. Eu deixei todas as pessoas do mundo por ele. Porque eu achava que ele valia mais do que todas as pessoas do mundo juntas. Eu achava que ele era tudo (cabeça de menina boba apaixonada, grande idiota).
Ele me dizia que não entendia o que eu senti, falava que é tudo, menos amor. Nem eu entendo muito bem, é uma mistura de emoções, prazeres, raiva, ódio. Ele me causava curiosidade, me fazia querer entender as cores do mundo, entender o universo.
Começamos a brigar muito, quase todos os dias, não podíamos falar um oi que já brigávamos.
Comecei a cair na real, que não tinha nada de errado comigo, ele que era um grande babaca.
Ele estava me perdendo aos poucos e mesmo assim preferiu fechar os olhos e deixar o tempo levar.
Mas é como dizem “A dor que me machuca é a mesma que me ensina! ”.
Aprendi muito com isso e vejo que hoje não preciso de você, não preciso dos seus beijos, não preciso dos seus abraços, não preciso ouvir da sua boca eu te amo, não preciso ouvir amor vai ficar tudo bem, não preciso do seu carinho, não preciso do seu cafuné, não preciso me sentir seguro nos teus braços leve e suave, não preciso de você para viver.
E agora sei que existe mundo sem você, existe vida sem você, e nessa vida sem você estou bem melhor.
Comentarios