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Deus grego

  • Patrícia Ferreira
  • 19 de jun. de 2016
  • 2 min de leitura

Vou começar logo esse texto. Não vou fazer nada grande apenas o suficiente para que entendam essa historia.

Começando em 3..2..1

Mais um dia começa. Um tempo não muito agradável com muita neblina e sem esperança de que mais tarde haveria sol. E eu no ponto de ônibus com um puta sono, esperando aquele maldito ônibus que já estava muito atrasado. De longe avistei um anjo loiro, de beleza exuberante, com os olhos esverdeados, era com certeza um deus grego e muito areia para meu caminhãozinho.

Veio caminhando lentamente em minha direção. Chegou como quem não quer nada e disse:

- olá bela dama!

E eu toda derretida respondi.

- olá

- não é por nada não, mas estou-te admirando há muito tempo e percebi que você é uma das poucas mulheres que me encantou tão rapidamente – disse o rapaz.

Eu toda encantada, iludida e desprevenida de tal abordagem o respondi com um sorriso cintilante e um brilho no olhar.

Ele sorriu de volta e disse:

- belo sorriso!

Em questão de segundos eu já queria aquele corpo nu. Eu não era muito de conversar com qualquer um, mas com aquele deus grego eu queria bem mais que uma simples conversa.

- obrigado – respondi eufórica.

Quando menos espero o busão chega. Não me despedi do rapaz nem ao menos perguntei seu nome.

Minha tarde foi longa, não consegui ficar um só minuto sem pensar naquele deus grego. Veio à noite e com ela o pensamento focado naquele belo rapaz, será que eu o veria novamente?

No dia seguinte, no mesmo horário e local eu esperava o ônibus com a esperança de encontrar o belo rapaz novamente, mas isso não aconteceu. E então passou meses e meses sem eu encontrar o deus que eu nem sabia o nome.

- esquece, desencana, ele é muito pra você – disse a mim mesma.

Eu já tinha perdido as esperanças de encontrar o tal deus. Ate que minha esposa me convidou para um jantar. (sim, sou lésbica, qual o seu preconceito?). Íamos completar dois anos de casadas e ela queria comemorar.

Eu estava cansada, nem um pouco a fim de ir, além do mais ela frequenta lugares de alto nível onde as pessoas são metida a besta e nos olham enojadas. (afinal, vivemos em uma sociedade preconceituosa que discriminam sua classe social, sua cor, e ate mesmo a opção sexual).

- vamos amor vai ser legal, chamei nossos amigos mais íntimos, e depois do jantar podemos ir ao cinema assistir aquele filme que esta no cartaz e se você quiser eu até compro aquela melissa que você tanto quer – disse minha mulher.

Aceitei o convite, pois foi feito com tanto carinho.

Na ida ao jantar advinha quem encontro? Não, não era o deus grego, mas era bem parecido. Quem me dera rever aqueles olhos esverdeados que me fez perder o sono naquele dia chato. Só Deus sabe o que faço com ele em minha imaginação, além do mais não é proibido sonhar.

Se fosse um conto de fadas eu iria encontrar aquele deus grego e seriamos felizes para sempre, mas a realidade é bem diferente. E eu sou casada e ainda por cima lésbica o que não parecia.


 
 
 

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