Sacrifícios da Vida
- Daniel Freire
- 4 de set. de 2016
- 2 min de leitura

A vida não é fácil para Antônio, todo dia tem que acordar as 4:00 da manhã para ir trabalhar, ele é catador de materiais recicláveis mais conhecido como catador de lixo ou de latinha. Diariamente passa rodeando bairros de São Paulo, vasculhando os lixos dos moradores para recolher todo tipo de material reciclável, com isso por dia consegue ganhar seus 15, 20 reais, mas não é nada fácil. Antônio vive em uma casa simples na favela com sua mulher e seu filho de apenas 3 anos. Ele não tem um depósito onde poderia guardar os materiais recolhidos, então quando ele termina de recolher os materiais já vai vender e conquistar seu dinheiro, para pelo menos dar um pão ao seu filho e a sua mulher, tem dias que ele apenas toma um café para não ficar de estômago vazio. Sua mulher está desempregada e seu filho estuda na creche, Antônio não consegue ver o crescimento de seu filho pois trabalha até nos fins de semana, isso o deixa muito triste. Antônio é uma pessoa honesta, mas as pessoas não reconhecem o trabalho dele, todo dia ele sofre algum tipo de humilhação: preconceito, agressões físicas ou morais, muitos quando vêem ele vasculhando em seu lixo já começam a xingar o espantando de lá, outros nem se quer olham em seu rosto ou chegam perto, diziam que ele tinha um odor insuportável, alguns já o agrediam, não queriam saber as dificuldades que Antônio passava, tinha dias que ele até tentava explicar, mas ninguém queria saber, apenas viam ele como um mero qualquer. Todo dia a mesma coisa e quando chegava em casa sempre perguntava a sua mulher: - E nosso filho como está? Ele comeu na creche?! Tomou banho? Onde ele está? Sua mulher via seus ferimentos e perguntava: - O que aconteceu Antônio? Aquelas pessoas te bateram novamente? Ele não gostava de comentar sobre isso e apenas dizia: - Meu amor vou dormir, amanhã é um novo dia, não se esqueça de se alimentar, o pão está aqui, é o que consegui para hoje. Antônio dormia no chão junto de sua mulher, ele fez uma cama improvisada de papelão ao seu filho. Todo dia Antônio rezava, agradecia a Deus pelo alimento que conseguia, pedia todo dia que protegesse seu filho e sua mulher e que um dia eles pudessem sair dessa vida. Antônio não aguentava mais todo dia ter que sair vasculhando os lixos dos outros, ser obrigado a aturar pessoas que não tinham respeito com ele, ficar o dia inteiro fora para ganhar uma miséria em um trabalho que não é valorizado por muitos, e ter que suportar o preconceito dos outros, não era nada fácil, mas Antônio ainda sonha em um dia sair dessa.
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